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Local: Brasília, DF, Brazil

Bardo da Ordem Druídica Vozes do Bosque Sagrado.

24 de março de 2006

Livro do Dia


Relato de um Náufrago
Gabriel Garcia Marques
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Foi uma noite de ira. E quem não as tem?

Saí perambulando pelo mundo até chegar à casa de um amigo para uma daquelas rodadas de leitura de Tarô que levam horas a fio (e dependendo da minha animação dias), mas o sangue quenta não esfriara depois da leitura e o sono se abateu sobre meu anfitrião. Perambulei pela casa e achei um punhado de livros cuidadosamente dispostos na sala que diziam "Ei! Eu estou disponível... quer ler uma história?"

Aceitei a proposta, olhei os livros na estante e puxei um livro fino, de suas 130 e poucas páginas escritas, pois não sou um leitor rápido. Já me haviam indicado esse escritor... Prêmio Nobel de Literatura... parece rebuscado demais pra quem está com um misto de sono e raiva correndo pelas veias...

Olhei o livro e lembrei das dezenas de exemplares falando de Druidismo guardados em minha casa, piscando suplicantes por que eu os leia o mais rápido possível e me veio a idéia de novo:

Não sou um leitor rápido...

AINDA!

Parei de dar atenção aos meus limites e decidi ler o livro todo naquela noite. acomodei-me para, em três horas fascinantes, ser jogado ao mar de um navio de guerra colombiano cheio de muamba trazida dos Estados unidos e viver as aventuras e desventuras da verdeira história de um náufrago que sobreviveu 10 dias no Mar, sem água ou comida, até seu resgate e elevação a herói por um governo ditatorial, e enfim sua histórica entrevista desmentindo seu heroísmo e causando um escândalo responsável por destruir sua carreira e devolver-lhe a paz de espírito.

Ao contrário do que eu esperava, o livro é simplesmente fantástico e cativante, e ao contrário do que eu estava acostumado a acreditar, não sou um leitor lento, mas um leitor que lê no próprio ritmo, aproveitando cada palavra e saboreando cada momento da narrativa em que esteja envolvido de acordo com a velocidade de meus próprios olhos.

Amanheceu, a ira se dissipou e sobrou em minha mente a certeza de que meus limites foram mais uma vez transpostos. Um novo horizonte abriu-se à minha frente e, com ele, o caminho até minha casa.

E fui dormir, por fim.