Nome:
Local: Brasília, DF, Brazil

Bardo da Ordem Druídica Vozes do Bosque Sagrado.

13 de março de 2007

O Pilar

Existe uma parábola que fala do processo de saída de uma borboleta de seu casulo que gosto muito. Acho interessante usá-la para começar o texto de hoje.


O Trabalho da Borboleta

    Um dia, uma pequena abertura apareceu em um casulo, um homem sentou e observou a borboleta por várias horas conforme ela se esforçava para fazer com que seu corpo passasse através daquele pequeno buraco. Então pareceu que ela parou de fazer qualquer progresso.

    Parecia que ela tinha ido o mais longe que podia, e não conseguia ir mais longe. Então o homem decidiu ajudar a borboleta, ele pegou uma tesoura e cortou o restante do casulo. A borboleta então saiu facilmente. Mas seu corpo estava murcho e era pequeno e tinha as asas amassadas.

    O homem continuou a observar a borboleta porque ele esperava que, a qualquer momento, as asas dela se abrissem e esticassem para serem capazes de suportar o corpo, que iria se afirmar a tempo. Nada aconteceu!

    Na verdade, a borboleta passou o resto da sua vida rastejando com um corpo murcho e asas encolhidas. Ela nunca foi capaz de voar.

    O que o homem, em sua gentileza e vontade de ajudar, não compreendia era que o casulo apertado e o esforço necessário à borboleta para passar através da pequena abertura era o modo com que Deus fazia com que o fluido do corpo da borboleta fosse para as suas asas de modo que ela estaria pronta para voar uma vez que estivesse livre do casulo.

Autor Desconhecido.


Muitas pessoas são pilares em suas famílias, em suas empresas ou nas relações que mantém com quem os cerque, e de tanto carregarem o peso e a responsabilidade de todos esquecem de si e oferecem suas existências àqueles de quem cuidam. Muito bonito, é fato, mas nem sempre adequado. E o que isso tem haver com a borboleta? Chegarei lá.

A entrega a um trabalho deste tamanho deve ser espontânea e sincera, mas sem jamais deixarmos de olhar para nós mesmos no processo. Não há sentido num trabalho sem que colhamos qualquer fruto dele, mesmo que indiretamente.

Uma pessoa pode ter em si a capacidade de sacrificar tudo pela humanidade e durante o processo resolver as mazelas de sua própria existência, mas este não é nem de perto o padrão das coisas. Em geral quem muito faz pelo outro foge de fazer por si, e seguindo nesta trilha perde sua identidade e, muitas vezes, joga fora uma vida.

Em menor escala estão as pessoas que são pilares de suas empresas, de suas famílias ou de seus relacionamentos. Assim como o exemplo anterior, elas raramente assumem tal papel por vocação em cuidar de si e dos outros, deixando de lado suas vidas para assumir a vida dos que lhe são queridos.

Só há um problema neste tipo de relação: aqueles de quem cuidamos atrofiam-se pois não precisam de grandes esforços para conseguir alcançar os objetivos pelos quais deveriam lutar, e nossa fuga, mascarada de boa vontade, prejudica não apenas o nosso processo, mas o das borboletas que ajudamos além do que deveríamos.

E assim, enquanto fogem de suas vidas, tantos prejudicam belas borboletas enquanto pensam fazer-lhes bem.


Pense no quanto sua ajuda é fuga ou não escutando "Hey You", cantada pelo Pink Floyd. Acompanhe a letra pelo próprio link e a tradução clicando aqui.

Marcadores:

2 Comentários:

Blogger Melyanna disse...

Após ler seu texto me passou pela cabeça que inconscientemente eu tenha tatuado uma borboleta em mim por querer, mesmo sem saber,me libertar sem a ajuda de ninguém. Vou refletir melhor sobre tdo isso!!!

Bjosssss e saudades!!!

13 março, 2007 21:54  
Anonymous Anônimo disse...

Adórocê!

14 março, 2007 19:06  

Postar um comentário

<< Voltar à página inicial