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Bardo da Ordem Druídica Vozes do Bosque Sagrado.

16 de fevereiro de 2007

Os Deuses Pagãos

Praticamente todos têm alguma teoria sobre o que ou quem sejam os Deuses pagãos, e a humanidade Os tem buscado cada vez mais ultimamente. Através do estudo de Sua mitologia ou da vivência de Seus valores, cada vez mais pessoas escutam Suas lições e ensinamentos, seja num esforço de reencontrar as raízes e os valores de sua própria fé, seja numa busca pelo caminho norteado através de Seus exemplos e características.

A partir desse contato muitos integram ou redescobrem conceitos os quais estão cada vez mais diluídos pelo ruído da nossa sociedade frenética e de nossa realidade atual, e as barreiras do preconceito e da ignorância tornam-se cada vez mais tênues, enquanto a presença de nossos Deuses torna-se cada vez mais clara.

Defini-Los é uma tarefa simples, mas compreendê-los em Sua plenitude é uma tarefa impossível, pois a dimensão de cada um é muito maior que nossa capacidade de raciocínio ou nossa percepção do universo, então o que podemos fazer é procurar entrar em comunhão conosco e com o que nos cerca para, aos poucos, sentir essa presença.

Os Deuses são seres conscientes, independentes da humanidade, e permeiam toda existência, mas mostram-se através do que nos seja possível perceber, concatenar ou absorver em nosso dia-a-dia. Não são meros arquétipos, frutos do inconsciente coletivo ou idéias as quais podemos criar para servir às nossas concepções ou pequenos propósitos, e Sua atuação em nossa vida não se dá de fora para dentro, pois somos parte Deles e Eles de nós, e estarmos apartados Deles simplesmente não é possível.

Mas a humanidade Os dessacralizou e relegou à sombra da importância que antes tinham em nossas vidas, enquanto deixávamos de sentir a energia divina em nossas vidas e aos poucos desaprendíamos a importância da diversidade e dos movimentos da natureza, até o mundo mergulhar nas mesmas trevas das quais queria tão desesperadamente fugir. E assim foi até que lembrássemos o quanto precisamos de Deles em nossas vidas. Enfim, quando o tempo chegou e esperávamos encontrar meras estátuas vazias e o folclore obsoleto de um passado morto, Eles estavam ali para nos receber de volta, explicando-nos que tudo havia sido apenas mais um ciclo necessário à vida.

Por isso as religiões pagãs lidam tão bem com a questão da mutabilidade do que nos cerca. Elas sabem perceber em cada amanhecer novas experiências e descobertas aguardando quem tenha olhos para admirá-las, e que o ocaso e a morte são apenas etapas necessárias no processo da existência, pois a mudança é a única verdade imutável nesses ciclos, e todo ser vivente precisa adaptar-se à nova realidade quando chega o tempo, sabendo que ele próprio é uma maravilha única e irreplicável.

Os tempos hoje são outros, mas nossos Deuses nem estão mortos nem nós somos menos pagãos por Eles não se limitarem ao "campo" no qual alguns imaginaram ou pretenderam determinar que estivessem confinados. Ao contrário do que alguns dizem, somos tão pagãos quanto os que vieram antes dos que vieram antes de nós, e apenas vivemos num tempo e numa realidade que os antigos jamais poderiam imaginar, mas para a qual nos deixaram pistas valiosas e lições importantes.

Hoje temos formas adequadas à nossa capacidade de raciocínio e percepção para contatar as divindades que chamam pelo nosso nome, mas não havia porque um Bardo no ano 300 a.e.c. (antes da era comum) vislumbrar a influência de Taranis sobre a eletricidade ou a tecnologia digital, pois nada disso fazia parte de sua cultura. Entretanto, através dos mitos e das lendas deixados por eles sabemos que é o Deus-trovão1 o responsável pelo raio que ilumina a estrada por onde Seu ruidoso carro o traz, e hoje em dia basta conhecer a constituição de um relâmpago para compreender num estalo que quando nossos computadores ligam Taranis faz-se presente, preenchendo as placas de silício com Seu raio e nos transportando rumo a uma experiência antes inimaginável e mágica, através tecnologia do século XXI.


1Taranis significa trovão.


Aproveite o feriado ao som de Steve Vai, interpretando "For The Love of God". Confira também a versão acústica e orquestrada desta canção.

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2 Comentários:

Blogger Augusto Kurt TMW disse...

ainda não tinha enchergado Taranis no meu trabalho, obrigado.

inclusive, a música que vc escolheu cai bem ao meu atual estado de espírito... ;)

16 fevereiro, 2007 17:09  
Anonymous Anônimo disse...

O acaso me trouxe aqui.


Deliciosamente.



Se vcoê não encontrar razões para ser livre, invente-as.


Abraços, flores, estrelas...

22 fevereiro, 2007 15:42  

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