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Local: Brasília, DF, Brazil

Bardo da Ordem Druídica Vozes do Bosque Sagrado.

29 de setembro de 2006

Política

Não se iluda. Não importa aonde você trabalhe, o tipo de família da qual você venha, a sua visão de mundo ou a intensidade do beijo apaixonado que você dê na pessoa que ama, você está, a cada instante da sua vida, fazendo política.

Toda vez que você opina sobre algo ou mesmo pensa a respeito daquela pessoa que acabou de passar do outro lado da rua, isso é política. E nela resumem-se opinião e repercussão.

E não me venha com esse discurso político barato de que votar em branco ou nulo é um protesto, pois o único protesto que você fará ao abster-se é colocar uma arma poderosíssima na mão dos outros para fazerem o que bem quiserem com ninguém menos que você.

Tomemos o cenário pagão brasileiro, realidade mais abordada nos meus escritos, como exemplo do que ocorre conosco em termos de política.


Estimando apenas a comunidade pagã brasiliense, e meu chute é de que hoje devamos ser entre 3 e 6 mil entre votantes pagãos, neopagãos e principalmente entusiastas – sim, aquele povo que não é pagão e não segue nem mesmo o neopaganismo, mas é agressivamente rechaçado e sempre relegado, ao qual nos acostumamos a chamar pelo nome pejorativo de “pink wiccans” – muitos com bom nível cultural e ou capacitados ou em processo de capacitação para pensar por si próprios quando quiserem assumir a responsabilidade pelos seus destinos.

Se essas pessoas se unissem como o fizeram os hindus quando de sua independência, ou os negros sul-africanos quando lutaram contra o regime racista do Apartheid, teríamos uma multidão concentrada numa só voz, formada sim por pensamentos diversos mas direcionadas, todas a um mesmo objetivo: respeito a nossas tradições e direitos.

Apenas uma parcela destas pessoas, focadas e coordenadas em torno de um objetivo comum, poderiam convencer uma parcela da população a apoiar idéias das quais nós tanto ouvimos falar mas pouco fazemos, como a educação ambiental, o reflorestamento, a regulamentação da nossa liberdade de culto, a defesa de nossos direitos civis, e muito mais.


Assim é em todos os seguimentos da vida e das sociedades. Grupos se formam, fortalecem suas bases, divulgam suas idéias e preparam o terreno das conquistas futuras trabalhando com responsabilidade no presente e, dependendo de sua competência, colhem ou não bons frutos.

No meio pagão é muito fácil medir nossa competência. Quantos candidatos você escutou dizerem apoiar e ser apoiados por qualquer corrente ou instituição pagã? Nenhum. Isto pois ao invés de estarmos trabalhando em prol de um futuro melhor, diverso que seja a vivência desse futuro para cada um que honre o solo em que pisa como sagrado, estamos muito preocupados em puxar uns o tapete dos outros, fomentando guerras de egos e lutas por poder e controle sobre séquitos.

Da mesma forma é fácil olharmos para o povo brasileiro e perceber que somos apenas o reflexo exacerbado de uma chaga em nosso solo. A população, relapsa e irresponsável que é, ignora o passado de nossos políticos, bem como seu projeto e sua capacidade de nos levar ao futuro que tanto prometem. Vivem uma democracia de novelas, sonhando com um final feliz, e na “fácil” desculpa de que nada vai mudar, continua aguardando um “salvador” que não virá para tomar de nossas mãos o ônus de lutar pelos nossos sonhos, e depois de virar as costas à oportunidade de mudança à nossa frente, sentamo-nos confortáveis em nossas cadeiras rasgadas, banqueteamo-nos com pão e circo e esbravejamos indignação, embalados pela certeza vazia de que a culpa é de outrem que não nós mesmos.


E assim nós fazemos a política das ovelhas; nós seguimos pastores por pântanos enquanto reclamamos que a grama nunca cresce e tudo sempre cheira mal. O mapa das pradarias em nosso bolso, enlameado e esquecido.

Então, se você estiver cansado e quiser protestar, grite sua indignação com o seu voto, ao invés de calar a sua própria voz. Vote no mal menor que seja, mas tenha a coragem de fazer uma escolha e ao invés de reclamar depois, trabalhe pelos seus objetivos e idéias, tome as rédeas do seu destino nas próprias mãos, trabalhando para que na próxima oportunidade haja não um mero paliativo, mas a possibilidade de um futuro melhor que não estará nas mãos de um “salvador”, e sim na vigilância para com quem depositemos nossa confiança.



Agora escolha: ou acomode-se ouvindo "Ideologia", eternizada por Cazuza e interpretada com partipação do Barão Vermelho, ou aproveite a mensagem desta canção e faça algo por você, pelos seus e pela sua nação, refletindo bem e votando consciente na proposta que mais lhe pareça mais coerente.
Acompanhe a letra pelo próprio link e veja também o vídeo clipe.

1 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Tive a portunidade de participar ativamente nos bastidores de cenários políticos, ví e vivi cada coisa que vc nem imagina.Hoje, estando meio afastada mas sabendo como funcionam certos trâmites da postura política neste País,estou mais do que convencida de que NUNCA devemos nos esquivar de votar, não precisa estar de acordo com as idéias de seus amigos,conhecidos ou familiares, basta apostar que seu voto pode melhorar a disposição das coisas em que você acredita para melhor. E desta forma, deitar a cabeça no travesseiro e sentir que fêz a sua parte. Gde.Abraço!
Ninfa Lua

29 setembro, 2006 19:31  

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