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Bardo da Ordem Druídica Vozes do Bosque Sagrado.

20 de setembro de 2006

Quem morre?

Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente quem destrói o seu amor próprio, quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o preto sobre o branco e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos insensatos.
Morre lentamente quem abandona um projeto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior do que o simples fato de respirar.
Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio esplêndido de felicidade.

Pablo Neruda

"Às vezes, basta-nos querer ouvir...
às vezes é preciso aprender a nos calarmos antes"

Alexandre Malhado

Dedicado a todos os que se deixam morrer um pouco a cada dia. Para eles dedico também "Fortuna Imperatrix Mundi", música de abertura da cantata "Carmina Burana"escrita por Carl Orff, numa versão "dance" com a Atlanta Symphony Orchestra.
Acompanhe a letra e a tradução pelo próprio link.
Assista também a uma apresentação desta canção com orquestra e coro.

Texto surrupiado, sem dó nem piedade, do blog Caminhos Tortos e Linhas Retas, de Rachel Arteiro.

Com agradecimentos a Nil Tojal pela ajuda em achar o vídeo.

4 Comentários:

Blogger Shell disse...

Pode surrupiar, malhado. Esse texto mereçe o maior destaque possivel.
Aliás, acho que vou te prestar uma homenagem... passa no meu blog mais tarde.
Beijos.

20 setembro, 2006 19:23  
Blogger Flor disse...

=/
Nunca mais, Sr. Druida visitou meu blog...
E olha que meu blog é um de seus filhotes heim!

Precisa visitá-lo as vezes...
=)

Hum.. Pablo Neruda.. mui bom!

Bjos!

20 setembro, 2006 22:22  
Blogger Unknown disse...

Morrer um pouco, mas nunca de apatia...

Podas, mesmo que pequenas, são necessárias para que surjam novos brotos...

Morrer um pouco, mas nunca deixar-se morrer apenas.

Escolher a sua morte, a sua boa morte, é crescer. Que se cresça um pouco a cada dia...

Sacrificar seus pedaços, aliviar a bagagem, abrir espaço para novos desafios. Morrer só mais um pouquinho, para renascer inteiro, consciente e mais completo.

Que nunca nos deixemos morrer assim, como quem apenas percebe o vento, em vez de senti-lo, sabê-lo, ouvi-lo...

Lindo post.

Beijos.

21 setembro, 2006 10:49  
Anonymous Anônimo disse...

Acho que ja estive assim.Vou me policiar. Adorei seu cantinho que nos faz amadurecer e crescer com suas sementes plantadas.
NinfaLua

21 setembro, 2006 15:13  

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