Nome:
Local: Brasília, DF, Brazil

Bardo da Ordem Druídica Vozes do Bosque Sagrado.

10 de abril de 2006

O centésimo macaco

Esta alegoria, pelo que entendi baseada na "teoria do campo mórfico" de Rupert Sheldrake, já foi usada inclusive por ativistas anti-nucleares em sua luta. Eu a conheci recentemente e não tenho como atestar se a experiência seja ou não verdade, mas vale muito a pena pensar a respeito.

Há mais de 30 anos, cientistas estudavam colônias de macacos em ilhas isoladas nas costas do Japão. De maneira a observá-los e anotar registros, os cientistas atraiam os macacos para a praia oferecendo-lhes batata doce. Os macacos desciam das arvores para aproveitar a refeição gratuita e se colocavam numa posição de onde podiam ser facilmente observados. Um dia uma macaca de 18 meses chamada de Imo começou a lavar a sua batata no mar antes de comê-la. Imagino que isto melhorou o sabor por tirar os grãos de areia e pesticidas, ou então ficava mais saborosa por causa do sal. Imo mostrou a seus companheiros de brincadeiras e à sua mãe como lavar as batatas, seus amigos mostraram às suas mães e, gradualmente, mais e mais macacos começaram a lavar suas batatas ao invés de comerem como eram oferecidas. Inicialmente apenas as fêmeas adultas que imitavam seus filhotes aprenderam mas, gradualmente, outros aprenderam também.
Um dias os cientistas observaram que todos os macacos daquela ilha estavam lavando suas batatas antes de comê-las. Embora isso seja significativo, o que foi mais fascinante é que esta mudança no comportamento não ocorreu apenas naquela ilha. Subitamente os macacos de todas as ilhas estavam lavando suas batatas, apesar das colônias de macacos das diferentes ilhas não terem nenhuma comunicação entre si.

Ken Keynes Junior
Acho importante nessa estória o como é abordada a responsabilidade pessoal ante às mudanças nas comunidades e posteriorermente a sua influência no ambiente e mesmo povos que as cercam.

Num mundo globalizado e com meios de comunicação tão rápidos, compreender não só nossa responsabilidade quanto ao que nos cerca mas principalmente nos dar conta de como temos a capacidade de mudar o que quisermos começando por fazer a nossa parte é algo fantástico. Exemplo: este blog é uma parte do que faço, e através dele mostro o trabalho de outros (cito duas pessoas só na mensagem de hoje), e sempre há referências e links mil que cada pessoa que lê uma mensagem pode acessar, e deles a coisa se expande pra outras inciativas, e por aí vai...

Assim chegamos à "teoria da teia" que tanto se fala!!!

Ah, e como as pessoas falam na tal da "teia" nos encontros e nas listas de Internet... falam com propriedade, falam com curiosidade e até falam com uma paixão quase romântica quanto a essa energia que une a tudo e a todos, mas como poucos a compreendem. Enquanto a maioria vislumbra a possibilidade final de um trabalho (todo macaco lavar batata), poucos são os que têm a inciativa de ir até o mar e botar a própria "batata" na água.

E, antes de falar de "teia", as pessoas precisam se preocupar em cuidar do nó que forma essa teia e que é por nós representado para, em seguida, cuidar dos nós ao lado (as mães aprendendo com os filhotes) e em seguida ampliar esse cuidado e essa interação para o quanto consiga ampliar dentro dos próprios limites.

E então, fazendo a nossa parte, podemos falar de teia, de comunidade, de um centésimo macaco.


Texto extraído do livro "O Milionésimo Círculo", de Jean Shinoda Bolen.
Clique aqui para comprar!.

Com agradecimentos a Cecília Lóes por enviar o texto.

4 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Malhado querido, como é fantastica essa teia que une a todos nós e faz com que uma mesma inspiração fantástica seja comum a vários indivíduos... As vezes fico pensando que o conceito que tenho de Deus ér parecido com isso, uma teia, que une a todos, a natureza, o universo. É por causa disso também que sou partidária do fim dos direitos autorais. Imagine se a dona Macaca primeira resolvesse cobrar de todos os macaquinhos direitos por ter tido primeiro a idéia de lavar a batata? Quem garante que outros macacaos não tiveram também a mesma idéia, por estarem conectados à mesma fonte de todas as grandes idéias?

10 abril, 2006 18:13  
Anonymous Anônimo disse...

"Enquanto a maioria vislumbra a possibilidade final de um trabalhopoucos são os que têm a inciativa de ir até o mar e botar a própria "batata" na água"

Maravilhoso... rs...

10 abril, 2006 18:18  
Anonymous Anônimo disse...

Bruxinho.... vc sabe que eu não sou muito de comentar....qdo tenho que dizer algo eu faço diretamente a vc... No entanto, essa sua ultima postagem foi magnífica. Diria que todos, indistintamente deveriam ler esse livro para que tomem a plena consciencia de que cada um pode fazer a diferença. Basta querer.

Bjokinhas!!!!

Bia (Fadinha)

10 abril, 2006 20:57  
Anonymous Anônimo disse...

MALHADO.. OQ UE SERIA DE MIM DE E VC SEM UMA TEIA PRA NOS UNIR? RSRS FANTASTICA ESSA TEIA...MAS É VERDADE.. VCAMOS COMEÇARA CUIDAR D ENOS ( OS NÓS) DEPOIS DAS PESSOAS AO NOSSO REDOR( OS NÓS DO LADO_ E AI ATEIA VAI FICANDO MAIS FIRME E MAIS UNIDA.. ACHOQ UE FALTA MUITO PRA ISSO MAS VAMOS CHEGAR LÁ
BJOO

KAT

10 abril, 2006 21:31  

Postar um comentário

<< Voltar à página inicial