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Bardo da Ordem Druídica Vozes do Bosque Sagrado.

30 de novembro de 2006

O Fundo do Poço

"Quando se chega ao fundo,
sempre é possível cavar.
Mas a opção de cavar ou sair
do buraco é de cada um"

Cecília Lóes
Existe uma expressão que eu uso bastante: "tem dia que é noite". Então, em "tempos de eclipse", encaramos a ladeira até nossos piores pesadelos e vemos o mundo engolir nossas esperanças e sonhos. Então, um dia, depois de muito desespero e agonia, chegamos ao fundo do poço.

Dizem que quando se chega ao fundo a única opção possível é tomar impulso e sair dali, mas não é o que acontece com algumas pessoas. Algumas simplesmente cavam.

Cavam por precisar viver ali, naquela agonia, pois acham que somente sofrendo encontram no outro o apoio de que imaginam precisar, e a imaginação é uma força tão poderosa quanto a fé, tornando-se na "pá mística" que os permite chafurdar mais e mais nessa sombra de si mesmos.

Cavam também porque "querem ir à China", vasculhando cada pedaço dessa dor sem ter preparo para tanto, numa pressa de lidar com mais do que consigam ou seja humanamente saudável lidar de uma só vez.

Cavam ainda porque não seguem naquela direção há tanto tempo que não sabem que é possível usar o impulso das pernas e sair num salto do tal poço. Como no "Mito da Caverna" temem a cegueira e a dor causadas pela luz lá de fora se saírem do confortável breu com que tanto se acostumaram.

São tantos motivos para escavar que pergunto: e se cada um usasse essa força de vontade, forte ou fraca, para simplesmente sair dali, no próprio ritmo e com suas próprias ferramentas. Não importa se num trem-bala ou montado numa lesma, mas melhorando a vida um pouquinho que seja a cada dia e sabendo que às vezes o dia simplesmente é pior que o anterior, mas o próximo pode melhorar? Se, olhando duas vezes uma situação ruim, buscassem meios de suplantar os obstáculos ao invés de ficar reclamando o tempo inteiro sentados em seu monte de problemas?


Parece que cavar é mais cômodo. Afinal, parece que ninguém quer ser responsável pelas próprias ações e lidar com as conseqüências das mesmas.


Em tempos de eclipse, a escolha é sua. Cavar ou subir.


Pense a respeito escutando "Total Eclipse of the Heart", Bonnie Tyler. Assista ainda ao vídeo clipe, e acompanhe a letra pelo próprio link da música e a tradução clicando aqui.

3 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Malha que isso ta querendo me derrubar...rsrs brincadeira...acho que cada um le um texto como e o toma para si, enxergando os proprios problemas e se perguntando no final, por que ainda não encontrei uma maneira de saltar sobre meus problemas? Eu estou assim me perguntando...

Me vejo como num fundo de poço tendo problemas do coração e financeiros...

Mas como sempre uma amiga me fala...

Vc tem sempre uma opção... se vigie

abraços do seu amigo

30 novembro, 2006 20:32  
Blogger Nika disse...

A escolha é sempre nossa! Mas também tem a parte de que você pode fazer de tudo para ajudar alguém que está neste buraco. Amigos servem para isso!

Mas a pessoa também tem que estar aberta para essa tal ajuda!

Engraçado, ontem estava conversando com uma amiga sobre isso!!!

Bjos.

P.S.: Não deu para ir ontem, pq eu havia esquecido que essa semana só estamos com um carro em casa!!!

01 dezembro, 2006 12:43  
Blogger Su disse...

É! Tudo depende do que se deseja enxergar!
Escolher é um verbo profundo!
Beijos

01 dezembro, 2006 19:30  

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