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Bardo da Ordem Druídica Vozes do Bosque Sagrado.

4 de setembro de 2006

Sobre a Natureza Humana

"O importante não é o que recebemos, mas
o como retribuímos àquilo que nos ofertam"

Alexandre Malhado
Não vivemos “tempos egoístas”, como dizem. O egoísmo é apenas a exacerbação do nosso instinto de sobrevivência quando mal compreendido por nossa alma; uma parte do ser humano tão presente em nossos corações quanto o sangue o é em nossas veias, e quem não se importe com o outro eventualmente acabará por reconhecer-se egoísta, admitindo ou não sua descoberta. Não é uma questão de época, mas da espécie. Nossa genética não foi talhada para cooperar, e sim para conquistar; continuamos predadores famintos, sempre em busca da própria sobrevivência segundo fomos programados a fazê-lo, e encontramo-nos perdidos num mundo para o qual não estamos mais preparados a viver.

E assim é com tantos sentimentos e atitudes comuns a nossa espécie, perante os quais negamos responsabilidade fingindo não fazerem parte do que somos. Vivemos a ilusão de que a natureza humana seja um apanhado de conceitos e qualidades, e fala-se muito nela tanto na mídia quanto nos discursos de líderes sociais, teólogos e sacerdotes, mas é preciso analisar com objetividade o que seja realmente parte de nós e o que gostaríamos que o fosse.

Somos bem diferentes dessa “natureza supra-humana” a qual nos procuram fazer aceitar como padrão, e não somos a espécie de seres “evoluídos” e “racionais” que julgamos ser; somos animais, filhos da Terra e parte dela, e temos a dádiva de escolher caminhar ou não rumo a uma consciência mais ampla que aquela com a qual estamos acostumados. E o fato de caminhar nesta trilha não nos torna melhores que nada nem ninguém.

Mudar o foco de nossa atenção do instintivo individualista para o comunitário e plural é muito mais difícil do que gostaríamos de admitir, pois ao contrário da promessa de vitória numa luta entre duas forças inimigas, a solução está em compreendermos que o instinto, a mente e a emoção – três e não duas forças – são formas únicas de perceber e interagir com nosso meio, e tais forças complementam uma as demais, ampliando nossa experiência do mundo a nossa volta.

A possibilidade dessa mudança é a dádiva que nos é ofertada pela consciência. Tanto aproveitá-la quanto retribuí-la é uma decisão de cada um de nós.


Decida-se, ou não, escutando "Deborah", uma música belíssima da saudosa parceria John & Vangelis.
Acompanhe a letra e a tradução pelo próprio link.

Com agradecimentos a Melody Horta pela Inspiração.

3 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

so para constar eu estou vivo ok...to vendo o que anda escrevendo e sempre me inspirando lendo suas palavras.... so apra contar espero ter um contato com vc antes de Ostara, nunca foi tão grande essa sensação da chegada de ostara como agora ..abraços

05 setembro, 2006 11:58  
Blogger Flor disse...

Um dos melhores textos que já vi por aqui..
Parabéns Sr. Malhado...

Sim, os humanos se acham, não?! ... E na verdade, mesmo que eu, ou vc, consiga ver isto, um outro dia qualquer, em nosso caminho, inconscientemente estaremos nos achando (também)... tentando ser mais, do que outros...
E não querendo apenas crescer, para o nosso próprio bem, e/ou para ajudar os outros...

Complexo demais...
A raça humana sem dúvida, é a raça mais complicada, imprevisível, egocentrica, orgulhosa, (e por aí vai..) entre todos os animais existentes!
Seria interessante, se nós humanos nos espelhassem mais nas vidas de outras espécies da Terra... Viveríamos com mais equilíbrio, talvez.

=)

06 setembro, 2006 13:11  
Anonymous Anônimo disse...

Depois de um tempo insulada voltei,tô lendo desde do dia 21/09,hoje,mas preferi semear minha humilde mudinha aki,estes é um de seus melhores textos,é assim k ultimamente me sinto,não sou de me abater fácil,mas tá difícil viver essa pluralidade...mas vou continuar fazendo a minha parte.
Vc.como sempre do carááááá´...és especial,k os Deuses te inspirem cada vez mais!saudades!!!
bjs no coração!

21 setembro, 2006 14:39  

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