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Bardo da Ordem Druídica Vozes do Bosque Sagrado.

17 de outubro de 2006

Ilusões, Mentiras, Consciência e Liberdade

"Às vezes as pessoas não sabem que vivem uma mentira,
e outras vezes elas simplesmente não conseguem mais
sobreviver fora da ilusão na qual se colocaram.
Não cobre consciência de todos que encontre"

Alexandre Malhado
Enganar-se é a rotina da grande maioria da população mundial. E por maioria não quero dizer apenas um pouco mais que os democráticos 50%, mas da quase absoluta totalidade de nós.

De fato, todos ocasionalmente acabam por enganar-se mais cedo ou mais tarde, em vários momentos da própria vida; algumas vezes bem mais freqüentes do que gostaríamos de admitir ou nos seria saudável permitir. Algumas pessoas com o tempo passam a enganar-se cada vez menos, enquanto outras caem na absoluta certeza de sua "razão" e vivem enganadas por si mesmas ou, o que é ainda mais comum, por outrem.

No âmbito da fé, essa prática de largar toda a responsabilidade por nossas vidas nas mãos de pessoas as quais julgamos "mais experientes" ou "mais sábias" que nós é ainda mais comum, e este é o primeiro passo para o nosso "arrebanhamento" por grupos os quais não incentivam uma das principais qualidades presentes em todo o Paganismo: a responsabilidade por nossos próprios passos e ações. Esse tipo de atitude, tão comum entre os iniciantes, nada tem haver com o que seja Paganismo, principalmente nos dias atuais, onde somos poucos nas cidades e estamos ameaçados em nossas tribos e no interior de nossas nações.

Então falemos de Paganismo...

Do ponto de vista pagão, atualmente é inconcebível tornarmo-nos ovelhas, cegas e seguidoras de líderes e verdades as quais podem ser tanto perfeitas quanto embustes, mas certamente não são as nossas próprias verdades. Mas o importante mesmo é lembrarmos, mais a nós mesmos que aos outros, de que apesar de desparatada essa concepção é uma liberdade que nos cabe e, principalmente, cabe a todas as demais pessoas as quais nos acham igualmente equivocados.

Engana-se de que é pagão quem não assume a responsabilidade pelos próprios passos, da mesma forma que se engana quem acha que é mais pagão que outro porque sua visão pessoal tenha palavras "mais chiques" ou conceitos mais "na moda", ou ainda porque detenha um "pedigree" transmitido por quem quer que seja. Um pagão não é quem apresente "carteirinha", vista uma roupa espalhafatosa para celebrar a Lua, nem quem diga-se bruxo, use apenas preto – ou qualquer outra cor – nem mesmo quem tenha uma enorme "linhagem mágica" que tenha iludido sobre a possibilidade da competência ser legitimada por qualquer título ou treinamento formal.

Um pagão traduz-se por sua visão consciente dos próprios atos, dos seus passos e de que não é detentor, e sim carrega sobre os ombros uma responsabilidade herdada, seja por sangue ou estudo, de cuidar e transmitir os ensinamentos sobre a cultura, a fé e a filosofia implícitas em cada ruga que cresce de seu rosto e em cada palavra proferida pelos seus lábios, sejam elas em nome dos Deuses de seu culto ou num simples cumprimento a um estanho no meio da estrada.

Engana-se quem cobra e ataca de quem pouco sabe do estilo de vida pagão. Indignar-se contra mentirosos é válido, mas não podemos simplesmente atacar o enganado ou mesmo a quem prefira continuar vivendo na ilusão por eles impetrada. Nosso dever não é o de cobrar nada de quem ainda não saiba ou de quem se recuse a largar a dolorosa estabilidade à qual está tristemente acostumado, mas de Inspirar a sabedoria em todos os que ouçam nossas palavras e decidam-se por refletir a respeito.

E, enquanto você inspira e se deixa Inspirar pelos Deuses, observe sempre seus próprios passos e aprenda com seus enganos.


Busque em si a compreensão do que sejam os "tais brilhos" cantandos na canção "Stairway to Heaven", mas preste bem atenção a este poema magnificamente composto, musicado e entoado pelo Led Zeppelin.
Acompanhe a letra e a tradução pelo próprio link, e assista também dois AMV.s, um do com o Cowboy Bebop e outro baseado no jogo Final Fantasy.

Com agradecimentos a Ashling Badbh pela Inspiração.

2 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

PQP!Desculpa mais só falando assim e bem alto!!!Que texto exelente!!!
Muito bem elaborado,perfeito,como tdo o que vc escreve Alexandre Malhado!!!Tão ou melhor que o nosso eterno Carlito,"Teus sapatos e bigodes,caminham numa estrada de poeira e esperança"
Ainda vou t ver no podium da História desse nosso século!
Com a benção dos Deuses,bjs de luz no coração!!!

18 outubro, 2006 02:27  
Anonymous Anônimo disse...

Às vezes nos esquecemos do que temos de mais precioso: O livre arbítrio.
Vc falou bem Malhado. É como diz Edain McCoy em um de seus livros, que uma das primeiras lições que todo pagão aprende é que somos totalmente responsáveis por nossos atos e que é verdade que toda religião têm seus causadores de problemas e que os que almejam o poder sempre irão abusar.Mas logo se cansa da Arte por não se adaptarem a princípios éticos que envolvem toda a humanidade.
Maravilha de texto Malhado!
Abraços Ninfa Lua.

19 outubro, 2006 11:59  

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