Nuvens Brancas de Carbono Seco
Dirigindo pela cidade logo antes da primavera chegar em seu esplendor eu acompanhava os diversos focos de incêndio do cerrado e contemplava a fumaça erguer-se da vegetação seca. E como havia fumaça naqueles dias!
Todos os anos é assim, o céu de brigadeiro e em seguida a névoa branca de fumaça e um pouco de vapor d'água que não consegue se juntar em nuvens de tão quente que está a atmosfera pintando o final de agosto e o início de setembro. Chega então a primeira chuva, que às vezes de tão pequena sequer a consideramos, e a nossa primavera chega ao seu apogeu que diz o mundo ser seu início. Eles entendem a natureza de forma diferente.
Perto da virada para outubro, qual cavalaria vindo nos resgatar, nuvens brancas de promessa de uma chuva que ainda não chegou. E aguardamos, até que chega a primeira chuva, trazendo consigo a bênção de uma brisa úmida que torna o ar mais suportável, mas ainda nos sentimos no deserto.
Hoje, ao olhar para o céu, vemos nuvens, e não mais tão brancas. Nuvens cinzas dizem que não perdemos por esperar pelas chuvas. Mas a época chuvosa é cada vez mais intensa e curta, e suavidade que marcava a Primavera entre setembro e outubro agora está apenas na memória de quem vivenciou aqueles dias tranqüilos marcados por tempestades ocasionais. Hoje temos nuvens brancas de carbono seco, nuvens cinza de água ácida e o sol escaldante que será escondido apenas pelas nuvens de tempestade que estão por chegar.
E quando a tempestade vier, o céu desabará em vida, e o marrom seco do cerrado será um emaranhado de cores e tons exuberantes do verde, do qual sentimos tanta falta.
Aproveite esta véspera de feriado observando o solo à sua volta e aprendendo como sua região se comporta enquanto se delicia com "Song of the Storm", cantada por Emilie Simon. Acompanhe a letra e a tradução desta música, e aproveite para assistir a um vídeo desta canção feito num programa ao vivo de uma tv francesa.
Todos os anos é assim, o céu de brigadeiro e em seguida a névoa branca de fumaça e um pouco de vapor d'água que não consegue se juntar em nuvens de tão quente que está a atmosfera pintando o final de agosto e o início de setembro. Chega então a primeira chuva, que às vezes de tão pequena sequer a consideramos, e a nossa primavera chega ao seu apogeu que diz o mundo ser seu início. Eles entendem a natureza de forma diferente.
Perto da virada para outubro, qual cavalaria vindo nos resgatar, nuvens brancas de promessa de uma chuva que ainda não chegou. E aguardamos, até que chega a primeira chuva, trazendo consigo a bênção de uma brisa úmida que torna o ar mais suportável, mas ainda nos sentimos no deserto.
Hoje, ao olhar para o céu, vemos nuvens, e não mais tão brancas. Nuvens cinzas dizem que não perdemos por esperar pelas chuvas. Mas a época chuvosa é cada vez mais intensa e curta, e suavidade que marcava a Primavera entre setembro e outubro agora está apenas na memória de quem vivenciou aqueles dias tranqüilos marcados por tempestades ocasionais. Hoje temos nuvens brancas de carbono seco, nuvens cinza de água ácida e o sol escaldante que será escondido apenas pelas nuvens de tempestade que estão por chegar.
E quando a tempestade vier, o céu desabará em vida, e o marrom seco do cerrado será um emaranhado de cores e tons exuberantes do verde, do qual sentimos tanta falta.
Aproveite esta véspera de feriado observando o solo à sua volta e aprendendo como sua região se comporta enquanto se delicia com "Song of the Storm", cantada por Emilie Simon. Acompanhe a letra e a tradução desta música, e aproveite para assistir a um vídeo desta canção feito num programa ao vivo de uma tv francesa.
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2 Comentários:
Sabe que eu já apaguei vários incêndios à beira da estrada?!
Desço do carro, colho algumas ramagens, e fico batendo...
às vezes, me queimo.
Mas é bom!
Malhado, minha ignorância é às vezes enciclopédica: não sei quem é Dagda. Vou ter que procurar... rs!
Abraços, flores, estrelas.
Legal, essa situação é parecida com a descrita nessa letra (um pouco longa, mas.. :-):
Final De Seca
(Jaime Caetano Braun
& Leonel Gomez)
Pras bandas do poente
Ergueu-se uma barra
Calou-se a cigarra
Assim de repente
E um som diferente
Ponteou de guitarra,
E um som diferente
Ponteou de guitarra
Lá longe, bem longe
Faísca e troveja
Silêncio de igreja
Com ecos de bronze
Nas preces do monge
No amém do assim seja
Nas preces do monge
No amém do assim seja
Tropeando a lonjura,
O tempo que berra
Farejo mais serra
Que o vento procura
E a chuva madura
Traz cheiro de terra
E a chuva madura
Traz cheiro de terra...
O tempo desaba,
O mundo se adoça
Na água que empoça,
Mais mansa ou mais braba
A seca se acaba,
E tudo remoça
A seca se acaba,
E tudo remoça
Nas almas sedentas
Não é diferente
As barras do poente
Que se erguem violentas
Depois das tormentas,
Acalmam a gente
Depois das tormentas,
Acalmam a gente
Se as safras perdidas
Tivessem gargantas
Podiam ser santas
Das searas da vida
São tão parecidas
As almas e as plantas
São tão parecidas
As almas e as plantas
Tropeando a lonjura,
O tempo que berra
Farejo mais serra
Que o vento procura
E a chuva madura
Traz cheiro de terra
E a chuva madura
Traz cheiro de terra
O tempo desaba,
O mundo se adoça
Na água que empoça,
Mais mansa ou mais braba
A seca se acaba,
E tudo remoça
A seca se acaba,
E tudo remoça...
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