Silêncio... simplesmente o tênue silêncio.
Por um tempo eu cumpri minha promessa para com os Deuses: blogar a todo momento que eu pudesse.
Por um tempo eu produzi diversos artigos que estão aqui guardados, além de outros textos e Inspirações que tive.
Por um tempo eu achei que fosse suficiente, e que as pessoas leriam e eu ajudaria ao menos alguns poucos a compreender o Druidismo e o Paganismo.
Foi quando me decepcionei com o mundo onde é mais fácil e, sim, divertido destruir o que os outros constroem ou simplesmente pedir que tudo lhe seja dado de mão beijada, numa bela bandeja de prata e gratuitamente, como se o sacerdócio não fosse um ofício e sim uma escravidão ante aos egos de quem não pensaria duas vezes antes de deturpar o que pudesse para então seguir "à sua maneira" como se religião fosse algo customizável como tanto prega a mídia.
Não deixei de entender que cada um tenha a sua maneira de seguir uma fé, mas jamais me deixei iludir de que se possa utilizar de um nome para nos rotularmos como desejamos. Eu sempre soube a métrica, o peso e a responsabilidade de se respeitar aquilo que se pretende seguir, e sempre tentei abrir os olhos dos meus leitores quanto a isso.
Então eu parei de escrever. O coração partido e endurecido por tantos motivos que não caberiam em meu tempo sequer numerá-los. Foi quando eu morri mais uma vez. "O peso do manto vermelho", como digo, acabou por me colocar diante de uma prova que demorei para sequer compreender.
Bardo... um sacerdote em treinamento – não suporto as pessoas que dizem ser mais do que realmente são ou ter mais tempo dentro de um caminho do que realmente tenham porque isso é simplesmente mentira. E não me pretendo imune a ela, tampouco – eu estava apenas tentando entoar palavras que tocassem os corações alheios. Sempre fui fiel à minha escolha e cônscio da minha responsabilidade, algo infelizmente raro no meio pagão "famoso" como acabei me tornando. Mas a fama do blog nunca me incomodou. Tampouco enalteceu meu ego pois sempre me policio quanto a isso. Na verdade eu sempre senti o peso dele como uma montanha crescendo sobre meus ombros, onde brotavam árvores pelas quais sinto-me eternamente responsável. Exupèry tinha razão, neste ponto.
Foi quando ergueram-se vozes, e essas vozes sabem exatamente quem são, falando da importância desse trabalho em seus caminhos, ou mesmo em momentos desses caminhos. Foi quando eu parei e vi as tantas pessoas que, junto comigo, perderam um pouco de si quando silenciei as teclas de meu computador e parei de escrever. Nada disso mudou minha decisão de não mais escrever pois faltava algo.
E por meses eu não soube dizer o que era com precisão. Sabia que algo estava maturando em mim e em meu sacerdócio, mas as palavras não me ajudaram a compreender este processo.
Acho que poucos dos que lerem conseguirão compreender a solidão e a dor dessa noite que vivenciei. Alguns acompanharam parte do processo, mas se eu pudesse dar um conselho baseado em tudo isso a única idéia que me vem à mente é preste muita atenção à sua dor, mas jamais se esqueça de que ela é apenas transitória.
Então veio a música. Comecei a estudá-la e através do alaúde (no qual sou iniciante) e das flautas (nas quais sou péssimo, admito que por pura indolência) descobri outra linguagem, através da qual compreendi muito do que os Deuses me disseram.
Hoje senti-me finalmente apto a tomar um passo que ensaiei por meses, e este blog chega ao seu fim. Tudo o que eu poderia falar para quem precisa começar está aqui, entremeado em pensamentos e descobertas minhas. Não mais escreverei aqui e ele ficará assim, testemunha de uma época que não tem porque voltar.
Despeço-me com um convite, pois o blog termina e muda seu endereço, uma vez que o endereço antigo agora será utilizado para um novo projeto. Um projeto mais maduro e amplo, onde continuarei de onde parei há algum tempo atrás.
Ainda preciso de muita reflexão (e com certeza alguma ajuda) para fazê-lo tomar forma, e não sei em quanto tempo ele estará no ar. Mas tenham certeza, tanto os que aqui sempre vieram quanto os que por aqui andarem, que este tênue silêncio tão duradouro irá traduzir-se em frutos muito mais nutritivos para quem os queira saborear.
E assim, voltarei a cumprir mina palavra com os Deuses. Não por escrever todos os dias, mas por escrever quando necessário, e o que seja necessário dizer.
Mas, até que chegue este tempo, despeço-me dos que fielmente ainda vêm aqui com um sorriso e um sincero
ATÉ BREVE!!!
Alexandre Malhado, com agradecimentos especiais a todos que sempre me incentivaram (e incentivam) a continuar.
Por um tempo eu produzi diversos artigos que estão aqui guardados, além de outros textos e Inspirações que tive.
Por um tempo eu achei que fosse suficiente, e que as pessoas leriam e eu ajudaria ao menos alguns poucos a compreender o Druidismo e o Paganismo.
Foi quando me decepcionei com o mundo onde é mais fácil e, sim, divertido destruir o que os outros constroem ou simplesmente pedir que tudo lhe seja dado de mão beijada, numa bela bandeja de prata e gratuitamente, como se o sacerdócio não fosse um ofício e sim uma escravidão ante aos egos de quem não pensaria duas vezes antes de deturpar o que pudesse para então seguir "à sua maneira" como se religião fosse algo customizável como tanto prega a mídia.
Não deixei de entender que cada um tenha a sua maneira de seguir uma fé, mas jamais me deixei iludir de que se possa utilizar de um nome para nos rotularmos como desejamos. Eu sempre soube a métrica, o peso e a responsabilidade de se respeitar aquilo que se pretende seguir, e sempre tentei abrir os olhos dos meus leitores quanto a isso.
Então eu parei de escrever. O coração partido e endurecido por tantos motivos que não caberiam em meu tempo sequer numerá-los. Foi quando eu morri mais uma vez. "O peso do manto vermelho", como digo, acabou por me colocar diante de uma prova que demorei para sequer compreender.
Bardo... um sacerdote em treinamento – não suporto as pessoas que dizem ser mais do que realmente são ou ter mais tempo dentro de um caminho do que realmente tenham porque isso é simplesmente mentira. E não me pretendo imune a ela, tampouco – eu estava apenas tentando entoar palavras que tocassem os corações alheios. Sempre fui fiel à minha escolha e cônscio da minha responsabilidade, algo infelizmente raro no meio pagão "famoso" como acabei me tornando. Mas a fama do blog nunca me incomodou. Tampouco enalteceu meu ego pois sempre me policio quanto a isso. Na verdade eu sempre senti o peso dele como uma montanha crescendo sobre meus ombros, onde brotavam árvores pelas quais sinto-me eternamente responsável. Exupèry tinha razão, neste ponto.
Foi quando ergueram-se vozes, e essas vozes sabem exatamente quem são, falando da importância desse trabalho em seus caminhos, ou mesmo em momentos desses caminhos. Foi quando eu parei e vi as tantas pessoas que, junto comigo, perderam um pouco de si quando silenciei as teclas de meu computador e parei de escrever. Nada disso mudou minha decisão de não mais escrever pois faltava algo.
E por meses eu não soube dizer o que era com precisão. Sabia que algo estava maturando em mim e em meu sacerdócio, mas as palavras não me ajudaram a compreender este processo.
Acho que poucos dos que lerem conseguirão compreender a solidão e a dor dessa noite que vivenciei. Alguns acompanharam parte do processo, mas se eu pudesse dar um conselho baseado em tudo isso a única idéia que me vem à mente é preste muita atenção à sua dor, mas jamais se esqueça de que ela é apenas transitória.
Então veio a música. Comecei a estudá-la e através do alaúde (no qual sou iniciante) e das flautas (nas quais sou péssimo, admito que por pura indolência) descobri outra linguagem, através da qual compreendi muito do que os Deuses me disseram.
Hoje senti-me finalmente apto a tomar um passo que ensaiei por meses, e este blog chega ao seu fim. Tudo o que eu poderia falar para quem precisa começar está aqui, entremeado em pensamentos e descobertas minhas. Não mais escreverei aqui e ele ficará assim, testemunha de uma época que não tem porque voltar.
Despeço-me com um convite, pois o blog termina e muda seu endereço, uma vez que o endereço antigo agora será utilizado para um novo projeto. Um projeto mais maduro e amplo, onde continuarei de onde parei há algum tempo atrás.
Ainda preciso de muita reflexão (e com certeza alguma ajuda) para fazê-lo tomar forma, e não sei em quanto tempo ele estará no ar. Mas tenham certeza, tanto os que aqui sempre vieram quanto os que por aqui andarem, que este tênue silêncio tão duradouro irá traduzir-se em frutos muito mais nutritivos para quem os queira saborear.
E assim, voltarei a cumprir mina palavra com os Deuses. Não por escrever todos os dias, mas por escrever quando necessário, e o que seja necessário dizer.
Mas, até que chegue este tempo, despeço-me dos que fielmente ainda vêm aqui com um sorriso e um sincero
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Alexandre Malhado, com agradecimentos especiais a todos que sempre me incentivaram (e incentivam) a continuar.
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10 Comentários:
O ciclo da natureza é sabedoria.
Tudo que nasce está fadado a cumprir seu destino básico de vir a existir, produzir seus frutos e encontrar seu derradeiro fim.
A ceifadora não é tolerante, por vezes apenas se encanta por pequenos aspectos e faz com que a existência seja prolongada, no entanto ela é imutável e precisa.
As sementes que foram sopradas pelos ventos com certeza irão gerar seus frutos, não é necessário saber que eles irão crescer e cumprir seu ciclo também, tudo acontece da maneira que deve acontecer.
Se não existe ninguém para testemunhar a semente caindo de uma árvore, ainda assim ela germinará?
Um forte abraço e um desejo de benção dos deuses antigos, que independente de máscaras permanecem plenos.
Um dia contaste-me que o carvalho sobrevive mesmo que um raio caia sobre ele, então meu querido, sempre soube que você nunca iria deixar de escrever sobre os Deuses e para Eles e para muitas pessoas que mesmo que queiram tudo de mão beijada procuram por conhecimento e tenho certeza de que no seu 'carvalho' irão encontrar, alguns talvez deixem de ser imediatistas e preguiçosos quanto a procura por conhecimento outros, no entanto, penarão para mudarem, mas tenha sempre a certeza de que as sementes foram e continuarão sendo semeadas e levadas pelas brisas, tempestades e muitas acharão solos nos quais produzirão outros carvalhos e graças aos Deuses que sempre lhe inspiram a escrever de maneira tão tocante que me fez chorar diante de sua despedida do blog. Lembre-se o sacerdócio é uma benção e por mais que possa parecer inútil sua missão como bardo, lhe garanto que pelo menos 1 pessoa estará lhe ouvindo e lendo.
Sou eternamente grata aos Deuses por aquele dia de novembro de 2006, no qual Eles me colocaram na mesma mesa de um bardo que ainda ñ tem a exata noção do alcance de suas palavras e sacerdócio, mas sempre que escreve e fala, me ensina muito sobre a prática do Druidismo!!!
Beijos tio Malhado,
Ana Cláudia
uma coisa eu sei.... muito aprendi aqui.. tem algo de mim aqui... e sei que tudo que esta aqui não era perdido... as palavras não morrem...
pq escreveram sobre nos, e falaram sobre nos.. as palavras não morrem
o quê pode ser mais importante do que o amor que vingou?
e as amizades que dele nasceram?
nada...
eis pq deve seguir o blog!
e tenho dito!
Nossa!
Fazia tempo sque não vinha aqui...
Acho q dese o inicio do ano, quando comecei o fim da faculdade...
Tenho certeza, meu amigo que encontrarás a melor forma de traduzir e exprssar seus pensamentos, semeando, de forma como so tu sabes, um pouco do conhecimentos sobre s vida, os Deuses...
Td segue um ciclo.. E triste fico por este ciclo ter se findado, assim como fico muito feliz pois uma vez que findado esá o ciclo, é sinal que cumpriu com o que pretendia...
Deixo a ti entãoos meus sinceros votos de felicidades.. E a súplica para que não sumas...
Bjks
Fernanda
Acabo de lembrar de uma história há tempos contada: "Era uma vez, um rei que resolveu desafiar os sábios de sua terra - tragam a mim uma frase que seja totalmente verdadeira! - tempos depois os sábios voltaram a seu rei com a frase: ISTO TAMBÉM PASSA!"
Que os Deuses te abracem sempre meu nobre bardo amigo!
Beijos
Su
Bateu saudadesssssss! Sempre q visitava o blog tinha sempre as palavras certas q eu precisava...Tu não sabes o tamanho do poder q os Deuses doaram a ti! Respeito sua dor..mas como disse nosso leitor ae d cima...ISTO TAMBEM PASSA!!!Não nos abandone..Amu tu!
Com a benção dos Deuses!Ashore Angel(Fadinha)
Meu caro,creio que a inspiração vinda do carvalho vem e vai no tempo certo,o àwen que propaga não deve ser interrompido pois o fluxo da vida continua...
A cada semente espalhada, um novo carvalho,uma nova aveleira,um novo ciclo,seja como for que Dagda consagre sempre suas palavras dentro dos caminhos do druidismo,que seu folego possa ser renovado por sua adorada Brighid em um novo propósito,que sua vocação jamais se perca;
embora divergindo em alguns pontos sobre druidismo não posso desconsiderar sua grande vontade de levar as pessoas o sentimento de religiosidade dentro do druidismo e do paganismo...
Que os dons tuath dée possam auxiliar você nesses novos passos, que os Deuses e Deusas possam trazer a você a força do àwen dentro dos limites superaveis que sempre venceste....
Boa vontade meu caro já é o grande primeiro passo na jornada de um druidista,de um bardo,de um sacerdote druida...
Bençãos do carvalho e da sorveira,que a aveleira te traga a força e fé de que precisa em seus caminhos para que continue a falar com sua alma de bardo...
Norhuyas Abramesth Smaragdus /|\
Que bom que voltou!!! Eu tb estou tentando voltar!!
Bjocas!
Está na hora de voltar a blogar, bardo...
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